top of page
Foto do escritorJulius Rodriguez

Será este o fim dos contos de fadas?

Atualizado: 6 de mar. de 2023


Ora, uma Ariel preta é o fim dos sonhos encantados de milhares de mulheres, crianças e adolescentes? As reações causadas são verdadeiramente impactantes pois representam o quanto as pessoas não estão nem um pouco se importando com as diferenças que existem no mundo.


Estamos falando de um personagem mitológico que constitui muito das representações do feminino no ocidente que falam de mulheres lindas e sedutoras, hipersexualizadas, mas mortalmente perigosas para os homens. Sim, estas são as sereias. No entanto, uma versão de um personagem Disneylándico preto, ao invés da sua versão branca, se mostra uma verdadeira ameaça aos padrões convenientes para a grande maioria.



A versão Disney traz mais uma princesa doce e sonhadora, apaixonada por seu príncipe encantado. Quão saudável estas representações vêm sendo questionadas já não é novidade, mas o quanto as pessoas se sentem ofendidas por um personagem que, além de mitológico pela sua essência, se tornou também um mito pela Disney. Talvez seja este o grande problema: Ariel se tornou um mito devido a marca por trás dela e sabemos que mitos são poderosos na construção de comportamentos diversos porque existem no imaginário social, estão persentes no inconsciente coletivo.


Ora, se já tivemos figuras de sereias masculinas, com seus corpos perfeitos, sarados, super definidos e igualmente hipersexualizados, por que não podemos ter uma Ariel preta? Porque o diferente ainda assusta e gera repulsa quando se rompe com os padrões estéticos socialmente construídos. Ariel nasceu branca e ruiva e por esta razão, se torna uma princesa idealizada em contos de fadas para seduzir na construção de uma realidade fantasiosa. Seduzir e conquistar fãs e tudo o que gira em seu entorno. Mas quando surge uma versão, digamos, alternativa, perde todo o seu valor simbólico por trazer outras possibilidades de representação simbólica. Sim, estamos falando de racismo.


Precisamos nos abrir cada vez mais para as realidades. Como dizem por aí, você prefere se importar que a sereia seja preta sendo que sereias nem existem?

Comments


bottom of page